Da janela
24
de agosto de 2012.
Oi.
Bom te dizer isso finalmente. Resolvi te enviar esta
carta porque não descobri a melhor maneira de te dizer tudo o que quero – e
tenho, e vou – te dizer. Cartas são sempre a melhor maneira de emocionar sem
sair do anonimato. Prometo não tomar muito do seu tempo. Isso se não me
empolgar.
Muito provavelmente você nunca reparou em mim. Mas eu
sempre estive lá. Te observando, de alguma forma, e desejando nunca ter
prometido à mim mesma que te esqueceria. E te esqueci. Por muito tempo, você só
passou pela minha cabeça como uma triste recordação. Mas, não sei como, você
sempre volta para assombrar – ou tornar melhores – meus sonhos. Posso contar
uma coisa? Eu juro que quase desmaiei quando você me olhou pela primeira vez -
de verdade, pelo menos. Com aqueles misteriosos olhos azuis. Mas, por mais
estranho que pareça, quando cheguei em casa, eu só chorei. Por que? Porque
sabia que nunca poderia te ter.
Somos de mundos diferentes. Mas não é como em filmes,
onde o príncipe fica com a plebeia. É realidade. E a realidade é bem diferente
de um filme. Você é o príncipe – ou Romeu, provavelmente, porque meu pai não é
exatamente seu maior fã. Mas eu não devo ser Julieta. Pelo menos assim sabemos
que a história não termina mal. Eu não estarei lá para fazer você morrer para
passar a eternidade ao meu lado. O único problema é que nunca, em nenhum
momento, sendo você Romeu ou não, estarei lá.
Não quero tomar mais seu tempo. Mas quero dizer uma
última coisa: obrigada por me fazer sorrir todas aquelas vezes na janela, te
observando ir embora. E, você me deve uma por me fazer chorar tantas vezes
observando você ir embora. Quem sabe assim a gente se encontra algum dia? Só
espero não chegar em casa chorando.
Com amor, Eu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário